sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Nota do PSTU sobre a 5ª Parada do Orgulho LGBT em São Carlos

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Por Bruna Quinsan



Acontece no domingo, dia 16 de novembro, a partir das 14h, a 5ª Parada do Orgulho LGBT de São Carlos, com concentração na Avenida São Carlos na altura da rodoviária. O evento leva como tema: "Liberdade de expressão não deve ferir direitos! Pela criminalização da homofobia.".

Se resgatarmos um pouco a história do movimento LGBT veremos que nem sempre as coisas foram cercadas de alegria e festividade como são as Paradas atualmente. Em vários momentos, a luta se acirrou e chegou ao enfrentamento físico. Assim foi em Stonewall.


Em julho de 1969, em Nova York, no bar Stonewall, ponto de encontro de toda a população LGBT da época, travestis, lésbicas, bissexuais e homossexuais resistiram por três dias às freqüentes batidas policiais. A rebelião de Stonewall se tornou símbolo da luta LGBT. Depois do fato, a lição tirada pela população LGBT era clara: a sociedade não os aceitará de livre e espontânea vontade. Era preciso resistir. Era preciso exigir respeito e conquistar direitos.

Quarenta e cinco anos após a batalha de Stonewall, as coisas mudaram um pouco. Muitos direitos foram conquistados, o que não quer dizer que não temos mais nada pelo que lutar. Os dados sobre violência contra a população LGBT ainda são alarmantes – e o Brasil é recordista nestas estatísticas macabras. O machismo e a heteronormatividade ainda permeiam a sociedade, e a diversidade sexual ainda é discriminada.

Neste ano, com as eleições presidenciais, a temática da sexualidade foi discutida mais uma vez. E mesmo com os avanços, nos vemos constantemente retornando aos debates mais conservadores, como foram as declarações do candidato Levy Fidelix. Vale lembrar que somente no final do processo eleitoral a presidenta reeleita "defendeu os direitos LGBTs" e que durante o seu governo negociou mais de uma vez alguma pauta do movimento, cedendo à bancada fundamentalista para garantir a governabilidade. Exemplo disso foi o veto ao Kit Escola sem Homofobia, alegando que o governo não faria "propaganda de opção sexual".


As paradas do Orgulho LGBT pelo Brasil a fora tem se tornado grandes festas e a tradição de luta tem se perdido. Isso não quer dizer que somos contra a festividade. Quer dizer apenas que nunca perdemos de vista o real significado de se colocar milhares de pessoas nas ruas, embaixo de um bandeirão arco-íris: a luta por nossos direitos. Por detrás de toda a irreverência e alegria do evento, está, mesmo que discretamente, a crítica de uma sociedade machista e heteronormativa.

Queremos chamar a todos os ativistas do movimento LGBT para um processo mais amplo e organizado de discussão para o nosso país. Queremos fazer um chamado ao movimento de trabalhadores organizados, sindicatos, entidades estudantis e movimento popular a construir um movimento de trabalhadores LGBT que estude, elabore e dispute o tema pela via da organização política dos trabalhadores. A pauta LGBT deve estar entrelaçada com um projeto mais profundo e geral de construção de uma nova sociedade.


Pela aprovação do PLC 122 original!
Pela aprovação da Lei João W Nery!
Todxs à Parada LGBT de São Carlos!
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