O
candidato Ronaldo Mota do PSTU, além
de José Sacomano (PPL), não esteve presente no debate da EPTV entre alguns candidatos à prefeitura
de São Carlos, realizado no dia 04 de outubro de 2012. Justamente a ausência do
candidato do PSTU chamou a atenção dos eleitores para uma série de problemas e
inconsistências do processo eleitoral.
Nos debates anteriores, realizados pela TV Record e pela
rádio Intersom FM, o candidato se destacou não só como o responsável pelas
denúncias e críticas mais frontais e contundentes, mas também por suas
propostas claras sobre uma política voltada para a classe trabalhadora, livre
dos interesses dos empresários, latifundiários e banqueiros, que atualmente
controlam a cidade e o país. Isso só foi possível pois a campanha do PSTU foi
financiada apenas com recursos próprios, com o dinheiro de nossos militantes,
que são trabalhadores e jovens estudantes, com campanhas financeiras próprias e
com a contribuição de nossos apoiadores estudantes e trabalhadores. Essa
política vai na contramão das outras campanhas, que propõe, de diferentes maneiras,
apoio aos grupos dominantes.
Infelizmente, esses mesmos grupos dominantes defendidos
pelos outros candidatos são aqueles que possuem controle privilegiado sobre os
recursos materiais, aumentando a capacidade de difusão de seus programas e seus
meios de barganha e influência sobre o poder público em todas as suas esferas:
executivo, judiciário e legislativo.
Esse quadro se refletiu no debate realizado pela EPTV,
notadamente, de duas maneiras: boa parte da audiência percebeu que o debate não
teve grandes atritos e polêmicas entre os participantes e que a falta dessa
polêmica correspondeu à falta do candidato do PSTU, por conta de suas participações nos debates anteriores
promovidos por outras emissoras. Isso porque, como o PSTU ressalta, existem em disputa, nessas eleições, dois projetos
de governo, sendo que um representa a manutenção da posição dos ricos e
poderosos junto com a exploração e opressões das quais eles se alimentam e o
outro projeto, que defende um governo da maioria, sob controle dos
trabalhadores, só pode ser levado a cabo enfrentando os grandes proprietários
capitalistas e seus representantes nos governos. O PSTU se propõe a assumir a tarefa de enfrentar os interesses dos
poderosos e avançar nas lutas da classe trabalhadora, por isso foi o único nos
debates a gerar polêmicas em relação aos fundamentos políticos dos candidatos
da direita. Outra maneira pelo qual o poderio desses grupos dominantes se
expressa é pela incapacidade dos menos influentes de se beneficiarem das
instituições públicas capitalistas para garantirem seu espaço na mídia. Apesar
das tentativas de apelos à justiça pela inclusão dos debatedores vetados pela
rede Globo, o poder judiciário, comandado a partir de níveis federais, permitiu
à Globo impedir a participação dos dois candidatos, devido a uma lei que diz
que a emissora só é obrigada a chamar os partidos que tenham representantes na
Câmara dos Deputados.
As mesmas leis, no estado capitalista, que são aplicadas
contra os menos poderosos, os trabalhadores, que são a maioria da população,
não são aplicadas aos ricos e poderosos. Esses passam por cima das leis quando
é conveniente para eles. É o caso do Pinheirinho no começo de 2012, quando uma
comunidade inteira, incluindo crianças e idosos, foi brutalmente expulsa de
suas casas pela polícia por ordem de governantes do PSDB, partido de Paulo
Altomani, mesmo havendo uma ordem judicial impedindo a expulsão das famílias.
Outro exemplo de atividade ilegal empreendida por representantes dos poderosos
capitalistas, envolvendo dirigentes do PT do prefeito Barba, é a fraude da
reforma da previdência de 2003, aprovada em congresso através de compra de
votos, que invalidaria a reforma, o que não aconteceu.
E
a posição dos outros partidos quanto ao veto dos candidatos no debate?
Vale
a pena lembrar que os candidatos da direita, Eduardo Cotrim (PMDB), Paulo
Altomani (PSDB) e Barba (PT), manifestaram, de diversas maneiras, mensagens de
solidariedade pela falta de democracia do debate em relação aos dois candidatos
excluídos. Porém, na reunião que definiu as regras do debate, bastaria que um
desses partidos não assinasse sua aprovação à realização do debate nessas
condições para invalidar a proposta inicial de debate da Globo, o que não
aconteceu, pois todos esses partidos assinaram o documento que garantiu que o debate
fosse transmitido nesses termos. Para esses partidos a democracia é apenas um
teatrinho, um discurso que camufla suas verdadeiras intenções de dominação de
classe, da burguesia sobre os trabalhadores.
A
Rede Globo
A Rede Globo hoje não é apenas uma rede de televisão, mas
um gigantesco conglomerado de mídia que transpassa diversos veículos de
informação, como websites, revistas e produções cinematográficas. O nascimento
dessa rede aconteceu durante a ditadura militar, na forma de uma rede privada
que defendesse os interesses das elites burguesas que sustentavam o governo
militar. Desde sua origem até hoje a Globo carrega consigo um projeto político
de defesa dessas mesmas elites. O debate realizado em São Carlos reflete essa
ideologia. O PSTU acredita que as
eleições e o pouco espaço que temos na mídia nessa época são boas oportunidades
de expormos essa manipulação que esconde a verdade dos trabalhadores mascarada
de discurso imparcial.
Só
a luta muda a vida
Agradecemos
as manifestações e o apoio de nossos simpatizantes e colaboradores. Acreditamos
que o fortalecimento das lutas e mobilizações dos trabalhadores e juventude é o
maior ganho que podemos ter nas eleições, e que é obrigação do PSTU e de todos os partidos que se
reivindicam revolucionários usar os votos obtidos para isso. Diante do
monopólio das mídias e da informação podemos concluir que só através das lutas
podemos conquistar mais espaço e voz para os trabalhadores e suas organizações.
Por isso convidamos todos que estiveram junto conosco nesse processo a manter o
contato com nossos militantes e a se filiar ao partido para que a luta avance.
Para se filiar entre em
contato com um militante do PSTU ou
entre no site:
Professor Ronaldo Mota no debatão realizado pela Intersom FM