Por Bruna Quinsan
Acontece no domingo, dia 16 de novembro, a partir das 14h, a 5ª Parada do Orgulho LGBT de São Carlos, com concentração na Avenida São Carlos na altura da rodoviária. O evento leva como tema: "Liberdade de expressão não deve ferir direitos! Pela criminalização da homofobia.".
Se resgatarmos um
pouco a história do movimento LGBT veremos que nem sempre as coisas foram
cercadas de alegria e festividade como são as Paradas atualmente. Em vários
momentos, a luta se acirrou e chegou ao enfrentamento físico. Assim foi em
Stonewall.
Em julho de 1969,
em Nova York, no bar Stonewall, ponto de encontro de toda a população LGBT da
época, travestis, lésbicas, bissexuais e homossexuais resistiram por três dias
às freqüentes batidas policiais. A rebelião de Stonewall se tornou símbolo da
luta LGBT. Depois do fato, a lição tirada pela população LGBT era clara: a
sociedade não os aceitará de livre e espontânea vontade. Era preciso resistir.
Era preciso exigir respeito e conquistar direitos.
Quarenta e cinco
anos após a batalha de Stonewall, as coisas mudaram um pouco. Muitos direitos
foram conquistados, o que não quer dizer que não temos mais nada pelo que
lutar. Os dados sobre violência contra a população LGBT ainda são alarmantes –
e o Brasil é recordista nestas estatísticas macabras. O machismo e a
heteronormatividade ainda permeiam a sociedade, e a diversidade sexual ainda é
discriminada.
Neste ano, com as eleições presidenciais, a temática da sexualidade foi discutida mais uma vez. E mesmo com os avanços, nos vemos constantemente retornando aos debates mais conservadores, como foram as declarações do candidato Levy Fidelix. Vale lembrar que somente no final do processo eleitoral a presidenta reeleita "defendeu os direitos LGBTs" e que durante o seu governo negociou mais de uma vez alguma pauta do movimento, cedendo à bancada fundamentalista para garantir a governabilidade. Exemplo disso foi o veto ao Kit Escola sem Homofobia, alegando que o governo não faria "propaganda de opção sexual".
Neste ano, com as eleições presidenciais, a temática da sexualidade foi discutida mais uma vez. E mesmo com os avanços, nos vemos constantemente retornando aos debates mais conservadores, como foram as declarações do candidato Levy Fidelix. Vale lembrar que somente no final do processo eleitoral a presidenta reeleita "defendeu os direitos LGBTs" e que durante o seu governo negociou mais de uma vez alguma pauta do movimento, cedendo à bancada fundamentalista para garantir a governabilidade. Exemplo disso foi o veto ao Kit Escola sem Homofobia, alegando que o governo não faria "propaganda de opção sexual".
As paradas do
Orgulho LGBT pelo Brasil a fora tem se tornado grandes festas e a tradição de
luta tem se perdido. Isso não quer dizer que somos contra a festividade. Quer
dizer apenas que nunca perdemos de vista o real significado de se colocar
milhares de pessoas nas ruas, embaixo de um bandeirão arco-íris: a luta por
nossos direitos. Por detrás de toda a irreverência e alegria do evento, está,
mesmo que discretamente, a crítica de uma sociedade machista e heteronormativa.
Queremos chamar a todos os ativistas do movimento LGBT para um processo
mais amplo e organizado de discussão para o nosso país. Queremos fazer um
chamado ao movimento de trabalhadores organizados, sindicatos, entidades
estudantis e movimento popular a construir um movimento de trabalhadores LGBT
que estude, elabore e dispute o tema pela via da organização política dos
trabalhadores. A pauta LGBT deve estar entrelaçada com um projeto mais profundo
e geral de construção de uma nova sociedade.
Pela aprovação do PLC 122 original!
Pela aprovação da Lei João W Nery!
Todxs à Parada LGBT de São Carlos!
0 comentários:
Postar um comentário