domingo, 7 de outubro de 2012

Lições tiradas do debate da EPTV

| |

O candidato Ronaldo Mota do PSTU, além de José Sacomano (PPL), não esteve presente no debate da EPTV entre alguns candidatos à prefeitura de São Carlos, realizado no dia 04 de outubro de 2012. Justamente a ausência do candidato do PSTU chamou a atenção dos eleitores para uma série de problemas e inconsistências do processo eleitoral.
            Nos debates anteriores, realizados pela TV Record e pela rádio Intersom FM, o candidato se destacou não só como o responsável pelas denúncias e críticas mais frontais e contundentes, mas também por suas propostas claras sobre uma política voltada para a classe trabalhadora, livre dos interesses dos empresários, latifundiários e banqueiros, que atualmente controlam a cidade e o país. Isso só foi possível pois a campanha do PSTU foi financiada apenas com recursos próprios, com o dinheiro de nossos militantes, que são trabalhadores e jovens estudantes, com campanhas financeiras próprias e com a contribuição de nossos apoiadores estudantes e trabalhadores. Essa política vai na contramão das outras campanhas, que propõe, de diferentes maneiras, apoio aos grupos dominantes.
            Infelizmente, esses mesmos grupos dominantes defendidos pelos outros candidatos são aqueles que possuem controle privilegiado sobre os recursos materiais, aumentando a capacidade de difusão de seus programas e seus meios de barganha e influência sobre o poder público em todas as suas esferas: executivo, judiciário e legislativo.
            Esse quadro se refletiu no debate realizado pela EPTV, notadamente, de duas maneiras: boa parte da audiência percebeu que o debate não teve grandes atritos e polêmicas entre os participantes e que a falta dessa polêmica correspondeu à falta do candidato do PSTU, por conta de suas participações nos debates anteriores promovidos por outras emissoras. Isso porque, como o PSTU ressalta, existem em disputa, nessas eleições, dois projetos de governo, sendo que um representa a manutenção da posição dos ricos e poderosos junto com a exploração e opressões das quais eles se alimentam e o outro projeto, que defende um governo da maioria, sob controle dos trabalhadores, só pode ser levado a cabo enfrentando os grandes proprietários capitalistas e seus representantes nos governos. O PSTU se propõe a assumir a tarefa de enfrentar os interesses dos poderosos e avançar nas lutas da classe trabalhadora, por isso foi o único nos debates a gerar polêmicas em relação aos fundamentos políticos dos candidatos da direita. Outra maneira pelo qual o poderio desses grupos dominantes se expressa é pela incapacidade dos menos influentes de se beneficiarem das instituições públicas capitalistas para garantirem seu espaço na mídia. Apesar das tentativas de apelos à justiça pela inclusão dos debatedores vetados pela rede Globo, o poder judiciário, comandado a partir de níveis federais, permitiu à Globo impedir a participação dos dois candidatos, devido a uma lei que diz que a emissora só é obrigada a chamar os partidos que tenham representantes na Câmara dos Deputados.
            As mesmas leis, no estado capitalista, que são aplicadas contra os menos poderosos, os trabalhadores, que são a maioria da população, não são aplicadas aos ricos e poderosos. Esses passam por cima das leis quando é conveniente para eles. É o caso do Pinheirinho no começo de 2012, quando uma comunidade inteira, incluindo crianças e idosos, foi brutalmente expulsa de suas casas pela polícia por ordem de governantes do PSDB, partido de Paulo Altomani, mesmo havendo uma ordem judicial impedindo a expulsão das famílias. Outro exemplo de atividade ilegal empreendida por representantes dos poderosos capitalistas, envolvendo dirigentes do PT do prefeito Barba, é a fraude da reforma da previdência de 2003, aprovada em congresso através de compra de votos, que invalidaria a reforma, o que não aconteceu.


E a posição dos outros partidos quanto ao veto dos candidatos no debate?

Vale a pena lembrar que os candidatos da direita, Eduardo Cotrim (PMDB), Paulo Altomani (PSDB) e Barba (PT), manifestaram, de diversas maneiras, mensagens de solidariedade pela falta de democracia do debate em relação aos dois candidatos excluídos. Porém, na reunião que definiu as regras do debate, bastaria que um desses partidos não assinasse sua aprovação à realização do debate nessas condições para invalidar a proposta inicial de debate da Globo, o que não aconteceu, pois todos esses partidos assinaram o documento que garantiu que o debate fosse transmitido nesses termos. Para esses partidos a democracia é apenas um teatrinho, um discurso que camufla suas verdadeiras intenções de dominação de classe, da burguesia sobre os trabalhadores.


A Rede Globo

            A Rede Globo hoje não é apenas uma rede de televisão, mas um gigantesco conglomerado de mídia que transpassa diversos veículos de informação, como websites, revistas e produções cinematográficas. O nascimento dessa rede aconteceu durante a ditadura militar, na forma de uma rede privada que defendesse os interesses das elites burguesas que sustentavam o governo militar. Desde sua origem até hoje a Globo carrega consigo um projeto político de defesa dessas mesmas elites. O debate realizado em São Carlos reflete essa ideologia. O PSTU acredita que as eleições e o pouco espaço que temos na mídia nessa época são boas oportunidades de expormos essa manipulação que esconde a verdade dos trabalhadores mascarada de discurso imparcial.


Só a luta muda a vida

Agradecemos as manifestações e o apoio de nossos simpatizantes e colaboradores. Acreditamos que o fortalecimento das lutas e mobilizações dos trabalhadores e juventude é o maior ganho que podemos ter nas eleições, e que é obrigação do PSTU e de todos os partidos que se reivindicam revolucionários usar os votos obtidos para isso. Diante do monopólio das mídias e da informação podemos concluir que só através das lutas podemos conquistar mais espaço e voz para os trabalhadores e suas organizações. Por isso convidamos todos que estiveram junto conosco nesse processo a manter o contato com nossos militantes e a se filiar ao partido para que a luta avance.
Para se filiar entre em contato com um militante do PSTU ou entre no site:

Professor Ronaldo Mota no debatão realizado pela Intersom FM

2 comentários:

A lição que deveriam tirar é de que TODOS, inclusive o PSTU devem respeitar a lei: ".Nos termos do artigo 46 da Lei n° 9.504/97, não é obrigatório o convite, por parte da emissora de televisão, para participação em debate de candidato cujo partido não detém representação na Câmara dos Deputados. Precedentes doTSE.
É incrível como partidos comunistas, aliás, o comunismo não deu e não está dando certo em lugar nenhum do mundo, tentam desobedecer as leis.
A respostas às críticas feitas à todos os adversários e o descontrole emocional do candidato nos debates, veio nas urnas. Pelo pífio número de votos alcançados, percebe-se que só os parentes e os próprios candidatos votaram no PSTU.
Ass- Anônimo - henriquebiker@bol.com.br

Author

Caro Anônimo,
De acordo com a lei eleitoral poderíamos sim ter participado do debate. A Globo/EPTV que optou por nos excluir. A maneira pelo qual eles colocaram, manipulando a informação, pareceu que não fomos convidados porque a lei determinava isso, o que é uma mentira.
No final das contas, nós, a maioria, os trablhadores, somos os únicos que temos que seguir a lei, pois os ricos e poderosos passam por cima dela como bem entendem. Basta a ver, por exemplo, o massacre contra famílias e crianças no Pinheirinho com ordem do governo do PSDB passando por cima de ordem judicial e, também, o caso da reforma da previdência, uma fraude parlamentar que continua vigorando.
Não se engane! O sistema eleitoral não é democrático. Nós continuaremos na luta do dia-a-dia, com vocês, trabalhadores e juventude, para conseguirmos conquistas que defendam, efetivamente, a maioria.

Postar um comentário

Tecnologia do Blogger.