segunda-feira, 29 de julho de 2013

Unificar as lutas no 30 de agosto

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Primavera tropical sem partidos?

Os últimos meses foram tomados por massivas, decisivas e espontâneas mobilizações no nosso país, transformando o outono brasileiro em uma primavera tropical. Os motivos eram muitos, a indignação popular era tanta que o aumento da tarifa de transporte coletivo foi o estopim para milhões saírem às ruas na busca por mudanças, mesmo sem saber como.


As ruas historicamente foram os palcos de revoluções, no Brasil: o “Fora Collor” e as “Diretas Já!” são exemplos importantes de vitórias conquistadas pela pressão popular. No entanto, um elemento importante para garantir essas vitórias foi uma direção - na época PT, CUT, UNE. Hoje, as mobilizações ganham um ar angustiante e vago pela ausência de uma direção definida.

Há mais de 10 anos o Partido dos Trabalhadores (PT) governa o país. Nesse decênio contou com a aliança da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Nacional dos Estudantes (UNE) para aplicar suas políticas, atacando os direitos dos trabalhadores e da juventude em prol de negociatas com empresários e banqueiros que financiaram sua campanha eleitoral.

As entidades nacionais CSP-Conlutas e ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre) estiveram desde o começo (e antes) nas mobilizações junto com os trabalhadores e a juventude denunciando os ataques do governo Dilma e da CUT/UNE e levantando as bandeiras por melhorias na condição de trabalho e mais investimento na saúde, educação e transporte públicos. Isso porque a CSP-Conlutas e ANEL não tem rabo preso com nenhum governo.

Durante os atos, os trabalhadores e a juventude, diante da experiência de um governo e entidades que se diziam representa-los (PT, CUT, UNE), expressou nas mobilizações um sentimento antipartido e antiorganizações. Muitos diziam “Sem partido”, colocando na mesma prateleira PT, PSDB e todos os outros. Apesar de ser um sentimento progressivo, erra por consider todos os partidos iguais, isto é, corruptos e a serviço de empresários e banqueiros.

O PSTU é diferente. O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado defende um programa a serviço da classe trabalhadora, não queremos cargos, nem nos promover nas mobilizações, mas impulsionar as pautas do movimento, e dizer que embora consigamos uma redução da tarifa de transporte, ano que vem precisaremos estar na luta de novo para garantir que não aconteça um novo aumento, e ano após ano, pois no sistema capitalista a luta por melhorias e as pautas serão constantes e extensas. A lógica do capital é o lucro, a exploração do homem pelo homem e a moral é do vale tudo. Somente em outra sociedade, uma sociedade socialista, governada pela maioria da população, os trabalhadores, é possível termos saúde, educação e transportes de qualidade.

11 de julho em São Paulo, na Avenida Paulista.

11 de julho: o dia que o Brasil parou

A faísca da juventude encheu as ruas de junho com sua energia e disposição de luta. Seu futuro estava em jogo e sua condição de vida revoltante. Mas, como o “Fora Collor” e as “Diretas JÁ”, era preciso à entrada dos trabalhadores nessas mobilizações, parando o país.

O dia 11 de julho foi o começo dessa entrada. A CSP-Conlutas e outras centrais sindicais e partidos pararam o Brasil. Rodovias, viadutos e trechos das principais avenidas do país foram interditados, fábricas paralisaram por 24h, trabalhadores fabris, professores, petroleiros, comerciários, correios, entre outros aliados à juventude tomaram às ruas defendendo o fim do fator previdenciário e dos leilões do petróleo.

Em São Carlos, a CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, ANEL, Juntos, PSTU, PSOL e outras organizações foram às ruas, reunindo aproximadamente 300 pessoas. Além das pautas dos trabalhadores, as faixas da ANEL reivindicavam 10% do PIB para educação pública JÁ, o Passe Livre estudantil e para desempregados e a Estatização do transporte coletivo.
Ronaldo Mota durante a paralisação do 11 de julho.


30 de agosto: greve nacional

Diante da vitória do dia 11, as centrais sindicais indicaram a próxima paralisação para o dia 30 de agosto. Agora é preciso construir na base dos sindicatos e do movimento estudantil este dia. Indicativos de greve, paralisações, atos unificados, agregando as pautas locais às nacionais.

O governo Dilma entregou, em 2012, entregou 44% de todo o orçamento do país (mais de 750 milhões de reais) aos bancos para pagar a dívida pública. Recentemente cortou mais dinheiro do orçamento público, que seria destinados à saúde, educação e transporte. É preciso dar um basta. O dia 30 torna-se ainda mais importante diante desses ataques aos trabalhadores e a juventude.

O PSTU também irá construir este dia, exigindo um plano econômico dos trabalhadores. Assim, fazemos um convite a todos a se incorporarem a este dia de luta, exigir do seu sindicato e entidade estudantil ou organização que se discuta as pautas e construa este dia.


  • Nenhum dinheiro para os bancos! 10% do PIB para a educação pública JÁ! 10% do orçamento para a saúde pública JÁ! 2% do PIB para o transporte público JÁ!
  • Aumentos salariais já! Redução dos preços dos alimentos e tarifas
  • Passe livre para todos os estudantes e desempregados! Estatização dos transportes e Tarifa Zero! 
  • Reestatização das empresas privatizadas! Fim dos leilões do petróleo! Petrobras 100% estatal!
  • Nenhum dinheiro a mais para as grandes empresas! Recursos públicos para os serviços públicos e valorização dos servidores!
  • Contra à opressão às mulheres, negros e homossexuais! Fora Feliciano! Pela criminalização da homofobia! Contra a violência contra mulheres! Abaixo o genocídio contra os negros nos bairros pobres!
  • Greve geral para por um fim a esse modelo econômico! Por um plano econômico dos trabalhadores!
  • Nem direita, nem PT, por um verdadeiro governo dos trabalhadores!

Por Fran Leme

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