terça-feira, 4 de março de 2014

Nota do PSTU São Carlos sobre os recentes casos de repressão

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(Foto: Rodrigo Sargaço / EPTV)


Recentemente a cidade de São Carlos assistiu a mais um ataque do governo às trabalhadoras e trabalhadores da cidade. Um ataque não só político e econômico, mas também físico. Pois o que era para ser uma audiência pública terminou em violência policial.

Na sexta-feira (28/3) trabalhadores de uma empresa de limpeza terceirizada foram até a prefeitura reivindicar os três meses de salário atrasado. Eles alegam não terem recebido o salário, décimo terceiro nem férias. Algumas horas depois chegara também ao paço municipal algumas dezenas de pessoas que representavam as quase 200 famílias da ocupação do bairro Antenor Garcia. Estava marcada para o dia uma audiência pública para tentar buscar soluções mas o prefeito tucano Paulo Altomani não os atendeu.

Além disso, sem fugir a regra da política adota pelo governo federal de Dilma (PT) e do estadual de Alckmin (PSDB), quis resolver tudo com violência policial. A guarda municipal e a policia militar foram acionadas e o resultado disso foi além de toda a confusão, algumas pessoas machucadas – uma companheira do PSOL, inclusive, foi agredida e desmaiou. Ela foi levada ao hospital e já passa bem.

O caso não é fato isolado. E não só porque a gestão de Paulo Altomani em apenas um ano de existência já tem um histórico sinistro de casos similares, nem porque em sua breve existência já disputa o título de um dos governos mais impopulares das últimas décadas. Mas porque não tem sido diferente pelo país a fora.

Desde a nova situação política aberta com os protestos de junho de 2013 governos de diferentes matizes tem adotado a mesma resposta às exigências dos trabalhadores: repressão policial. Vide o PLS 433/13, que quer criar no Brasil a tipificação penal de terrorismo, tão vaga – diga-se de passagem – que serviria para enquadrar qualquer movimento social ou protesto. Fazem isso porque acima de suas “diferenças políticas” está a defesa das elites e da burguesia brasileira – fato que se materializa no financiamento privado das campanhas e na destinação de bilhões às obras da Copa.

Em especial, em São Carlos, vemos a precariedade da saúde, carro-chefe do caos na cidade; a ineficiência do transporte público, há quase 30 anos nas mãos do mesmo empresário; o subfinanciamento da educação, somado a episódios como o da demolição de uma escola no Zavaglia; a macabra estatística de uma mulher espancada na cidade a cada 8 horas, isso sem falar em casos como o do miss-bixete, na USP; e um longo etc.

Não temos a ilusão de que dentro dos limites dessa democracia nossos problemas serão resolvidos. É por isso indiscutivelmente que nos posicionamos ao lado das trabalhadoras e trabalhadores, apoiando-os em suas organizações e lutas. Repudiamos toda forma de violência e criminalização da luta dos movimentos sociais. Todas essas questões só poderão ser resolvidas em outra sociedade, que não a capitalista. Só a luta muda a vida. E é por isso que estamos na linha de frente.

Não à violência policial!
Todo apoio a luta das trabalhadoras e trabalhadores!

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